sexta-feira, novembro 03, 2006


(...)
A lua se curva em arco Num delírio de luxúria. O gozo aumenta de súbito Em frêmitos que perduram A lua vira o outro quarto E fica de frente, nua. O orgasmo desce do espaço Desfeito em estrelas e nuvens Nos ventos do mar perpassa Um salso cheiro de lua E a lua, no êxtase, cresce Se dilata e alteia e estua O poeta se deixa em prece Ante a beleza da lua. Depois a lua adormece E míngua e se apazigua... O poeta desaparece Envolto em cantos e plumas Enquanto a noite enlouquece No seu claustro de ciúme.

Vinícius de Morais, O poeta e a lua

1 Comments:

Blogger + Kazzx + said...

CAro goldfrapp

Parei aqui em minhas andanças na blogsfera, parei, li e gostei, saudações do Brasil...

9:48 da tarde  

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