quinta-feira, novembro 30, 2006

Sabes que ainda mal olhei para ti?
Há ainda demasiada santidade presa a ti.
Não sei como te dizer o que sinto.
Vivo numa expectativa perpétua.
Tu vens e o tempo desliza num sonho.
É só quando te vais embora
que me apercebo completamente da tua presença.
E depois é demasiadamente tarde.

in Henry e June - Diário Intimo de Anaïs Nin

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O medo que o olhar denuncie o estado da alma leva-nos a mal olharmos a pessoa desejada... Nao é na presença dela sentimos, mas sim na sua ausencia... Pois são nesses momentos que vamos acrescentado, contorno a contorno, a figura trémula do ser que idealizamos.

11:02 da tarde  
Blogger goldfrapp said...

É também o olhar fugidio de quem se espraia apaixonadamente na "santidade" do outro e só mais tarde, no silêncio arrojado da sua ausência, ousa beber cada milimetro da sua implacável sensualidade...

7:28 da tarde  

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