Sabes que ainda mal olhei para ti?
Há ainda demasiada santidade presa a ti.
Não sei como te dizer o que sinto.
Vivo numa expectativa perpétua.
Tu vens e o tempo desliza num sonho.
É só quando te vais embora
que me apercebo completamente da tua presença.
E depois é demasiadamente tarde.
in Henry e June - Diário Intimo de Anaïs Nin
2 Comments:
O medo que o olhar denuncie o estado da alma leva-nos a mal olharmos a pessoa desejada... Nao é na presença dela sentimos, mas sim na sua ausencia... Pois são nesses momentos que vamos acrescentado, contorno a contorno, a figura trémula do ser que idealizamos.
É também o olhar fugidio de quem se espraia apaixonadamente na "santidade" do outro e só mais tarde, no silêncio arrojado da sua ausência, ousa beber cada milimetro da sua implacável sensualidade...
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